Pedimos a alguns dos participantes da presente edição (e das
anteriores) do MIA que partilhassem connosco as suas impressões sobre o
Encontro. O resultado foi este belíssimo conjunto de pequenos textos que segue
abaixo, onde se mostram as expectativas e testemunhos dos músicos. Obrigado a
todos!
Rosendo J. Rocha:
Maquinistas de club librándose de
la obligación de los ritmos de moda. Jazzistas descansando los estándares.
Autodidactas descubriéndose a si mismos. Científicos y técnicos aproximándose a
la música desde las matemáticas y la electrónica. Rockeros abriendo puertas.
Músicos clásicos soltándose de las formas y la escolástica. Folkloristas
trascendiendo los límites de su instrumento. Espiritualistas desnudándose de
sus hábitos. Ruidistas defendiendo su naturaleza. Artistas sonoros explorando
la acción colectiva. Cantantes y bailarines pudiendo ser ellos mismos. Video
artistas exponiendo su sensibilidad para con la expresión sonora.
Todo ello girando entorno a la libre
improvisación, amparado en un escenario ideal, arropado por la atención los
locales e impecablemente dirigido.
¿Alguien da más?. MIA a la una, MIA a las
dos, MIA a las tres ...
Samuel Hällkvist:
Last year was the first time I
visited MIA festival. I went back to record and play with Paulo Chagas in
October and I’m excited to go back to this years MIA. The festival is a unique
experience with improvised music non-stop for a few days. One of the things I
really love about this festival is the open minded energy from the huge bunch
of musicians (I believe we were 65 last time) from a wide range of musical
backgrounds.
João Madeira:
O MIA é um encontro. Com os
outros, mas também comigo mesmo.
No MIA os meus ouvidos exercitam
a equalização do silêncio, medem a tensão arterial de uma explosão.
No MIA as minhas mãos encontram
novos lugares para tocar, enquanto apalpam a claridade expressiva, o
rejuvenescimento de uma língua, os sorrisos das pessoas que cantam o que
pensam.
O MIA acrescenta sempre alguns
centímetros à obliquidade, promete caminhos com passadas mais largas, ou
promove a capacidade assertiva do teletransporte moderno. Sim o MIA é já do 2º
milénio! Ou será mais ...antigo?!
No MIA os músicos ouvem mais do
que tocam, e quem vai ouvir acaba também por ouvir ainda mais. (Porque um encontro
de músicos ouve-se a grandes distâncias, mesmo onde não é ouvido.)
MIA é um imperativo. No MIA
deve-se cantar, trautear, falar, gritar, sussurrar, exclamar, interrogar,
sugerir, e também zurrar, mugir, balir, cacarejar, grunhir, zumbir, piar,
rosnar, uivar, relinchar, ladrar, miar, e também e também e também...
Diego Caicedo:
La primera vez que escuché sobre
el MIA fué en 2012, y me enteré por via mail.
Me pareció interesante estar en un pequeño y guapo pueblo en Portugal
tocando con un montón de improvisadores, así que mandé la aplicación, me
aceptaron y me presenté alli.
Fué interesante ver como se
sucedía todo el encuentro, con los grupos elegidos al azar, con los conciertos
organizados con antelación, y con los lazos que se van dando durante los
distintos momentos del dia entre los musicos de distinas partes del mundo
. Ver como este pequeño pueblo se vuelve
un centro de musicas improvisadas y cambia su estado cotidiano para dar paso a
un vendaval de gente haciendo musica "rara". La experiencia de estar
allí, escuchando conciertos durante 3 dias sin parar me dejó una sensación de
"subir de nivel", de estar mucho mas atento a la escucha y a la
musica de lo que estaba antes. El corto
tiempo que hay para las improvisaciones, lo bien o mal que puedan salir, la
conexión entre los musicos que no se han visto nunca....todo hace que la
concentración sea mas profunda, y eso nos hace mejores musicos, mejores
inprovisadores.
La gente es muy atenta, los
musicos son muy buenos, el pueblo es guapo, la cerveza está muy bien, la comida
es excelente (un pescado fabuloso!). Dan
ganas de asistir cada año a pasar un buen fin de semana de improvisación con
los colegas. Que viva el MIA!
Silvia Corda:
Il mio primo viaggio in
Portogallo mi offrirà la scoperta di un luogo finora solo immaginato e
l'emozione di condividere nuove esperienze musicali con tanti fantastici
musicisti. Grazie agli amici di MIA, sono davvero felice di esserci!
António Manuel Ramos:
Vou participar pela terceira vez
consecutiva no MIA. A partir daqui vai tornar-se um ritual, já sei que todos os
anos em Maio terei de fazer a peregrinação até à Atouguia da Baleia com a mesma
fé de sempre, isto é, fé no “melting pot” de boa disposição e sã camaradagem
que aterra por três dias nesta pequena localidade do Oeste, e fé na música pura
e dura que sai destas almas loucas e possuídas à solta neste laboratório
musical que é o MIA.
Carla Genchi:
MIA: an awesome place where to
meet old friends and perform new music, eat wonderful food and enjoy
enthralling landscapes.
Rui Sousa:
O MIA passou a ser para mim de há
3 anos a esta parte, um período curto do ano dedicado exclusivamente à música
ou a outras músicas, sem a família, mulher ou filhos, tipo um retiro espiritual
de comunhão, partilha e aprendizagem.
O conceito da música de
improvisação livre para mim não é novo, tive experiências de longa duração com
vários músicos desde o meio dos anos 90, mas nos primórdios de 2000 a música e
os músicos mudaram, assim como eu mesmo.
Estando eu já retirado e
desiludido das lides musicais há algum tempo, recebo 2 anos consecutivos o
convite para participar no encontro, e à 3ª foi de vez.
Estou mais vivo desde aí, ou pelo menos mais que
outrora... e a viver
música com ela todos os dias, de novo.
O MIA tem uma atmosfera única, muito arejada respirável e boa, aberta, que faz jus ás personalidades dos
seus organizadores, Paulo Chagas e Fernando Simões. Lamento não sentir o mesmo
ar quando respirado noutros locais onde a improvisação livre acontece - “deve
ser da maresia atlântica que tempera”.
O Encontro é de grande
importância e singular, dinamiza localmente a região, hotelaria, restauração,
cultura e património, assim mesmo nas
condições em que se realiza; cada vez
vem mais gente, de fora e de dentro.
Já que estamos no top do turismo
ser visto como um produto turístico ou não é tudo uma
questão “de carimbo” porque na vida real já se comporta como tal. Os decisores
dormem.
Adriano Orrù:
After a couple of attempts this
year eventually I am joining MIA. I am sure it will be a fantastic experience
playing with and listen to so many interesting musicians! Viva MIA!
Mia Zabelka:
I do not understand crossover as
a constructed mergence of different musical styles. Various musical genres that
interest me, from classical music to free improvised and electronic music,
punk, jazz to heavy metal are filtered by me, through my body. From this
concentrate I can then create a new language, my very own specific way of
expression. This approach enables me to communicate with musicians from a
variety of musical contexts (backgrounds) and to find a common language.
In my solo work I take different
avenues by performing on both acoustic and electric violins plus electronic
devices to create two distinct musical languages or sound worlds. Starting from
the improvisation technique of “automatic playing” that I have developed I
frame my musical language on the acoustic violin from my body’s gestures, i.e.
physical movement is spontaneously translated into sound. The acoustic
instrument is extremely sensitive to the slightest nuances of gestural playing.
I also transfer this access to the improvisation with my voice.
My musical language is generally
strongly inspired by electronic music. With the electric violin and electronic
devices I am able to distort the sound of the instrument to such an extent that
the violin itself becomes a sound generator. This opens up entirely new ways of
creating electronic sound through my haptic approach to making music, and it
enables the creation of a langue of sound in its own league, a language
ensconced between acoustic improvisation and experimental electronic violin
music.
Story telling and sounding out
archaic sound material are further vital elements of my creative work besides
the development of technical skills. Based on continuously exploring sound and
music as physical phenomena, for me it’s always about sounding out the limits
of what is feasible when playing the violin and improvising with my voice.
Guy-Frank Pellerin: